segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mudança no sistema econômico mundial requer readaptação da postura jurídico institucional


Ana Cecília Franco OAB/MG 113.249

O mundo dos negócios tem passado por uma mudança substancial no tocante às tecnologias e valores sócio-institucionais. Tais mudanças conferem demasiada relevância ao gerenciamento de intangíveis. Essa questão encontra um campo fértil quando tratamos escritórios de advocacia ou setores jurídicos empresariais. Há um momento propício para a quebra das culturas organizacionais com uma readaptação da postura institucional que será capaz de transformar todo ambiente ao redor daquilo que chamamos “empresa jurídica”.

O primeiro ponto em questão é a hipercompetitividade e a comoditização dos serviços. Numa sociedade globalizada e cada vez mais competitiva, está mais difícil captar e fidelizar clientes. A espera para que os mesmos batam na porta dos escritórios se fez obsoleta e é preciso se especializar cada vez mais em busca de uma posição no ranking dos melhores. Há de se levar em consideração o risco inerente à investimentos em pesquisa e desenvolvimento, no entanto, não se pode mais ficar parado ou admitir que as teses caiam em desuso e que o escritório passe a figurar na gama comum.

Há ainda que se ter em mente o aumento proporcional do poder dos consumidores em relação aos prestadores de serviço. Nesse diapasão, deve-se estar atento ao excesso de oferta que aumenta o nível de exigência na qualificação e excelência dos serviços que se oferece. Marcas jurídicas não mais figuram como signos, tornam-se um complexo de construção de relacionamento entre a empresa (escritório), os clientes e o judiciário.

O terceiro ponto é a transição da economia industrial para economia baseada na aplicação de conhecimento. A atividade jurídica parece por vezes figurar como economia industrial, em que as peças processuais passam pela vulgarização de cópias, não havendo sequer o cuidado em observar a natureza daqueles que se prestam à defesa. A economia baseada no conhecimento exige especialidade, não há espaço para elaborações primárias ou errôneas.
Por fim, é com a administração consciente, estratégica e planejada desses elementos que se conseguirá chegar ao ápice no mundo dos negócios. Escritórios jurídicos já passaram a ser vistos como empresas e nesse prisma não há lugar para amadorismo ou ausência de responsabilidade e integração. Somente a mudança substancial na postura dos administradores será capaz de gerar uma transformação significativa e passível de sucesso.


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Aplicabilidade da plataforma PDCA de gerenciamento às atividades jurídico institucionais


Ana Cecília Franco OAB/MG 113.249

A contínua expansão dos ramos de atuação inerentes à atividade jurídica cumpre um papel essencial na formulação de regras gerenciais de conduta. Nesse prisma, é preciso identificar pontos críticos de embate para que se possa definir um sistema de participação geral dos envolvidos.

O modelo PDCA de gerenciamento aplica-se fundamentalmente ao que podemos chamar de “Empresa Jurídica”. Evidentemente, o consenso sobre a necessidade de qualificação gerencial nos escritórios obstaculiza a apreciação da relevância temática, no entanto, o incentivo à aplicação dessa plataforma ao setor jurídico faz parte de um processo cultural que vem sendo reestruturado nos últimos anos.

O ciclo PDCA, desenvolvido Walter A. Shewart na década de 20, visa controlar e otimizar resultados, utilizando-se de quatro premissas: planejamento, execução, verificação e correção, com o intuito de se manter o desempenho de produção aceitável. Assim, em se tratando de escritórios de advocacia, o método se faz perfeitamente aplicável, o que poderá ser comprovado através de relatórios periódicos de contingência, nos quais a melhoria técnica será instituída gradativamente pela elaboração de novas teses e reformulação das já existentes por profissionais com atuação focada em determinados nichos de mercado.

O modelo de certificação de qualidade ISO 9001 que visa aumentar a satisfação dos clientes apresentando produtos e serviços que cumprem constantemente com os requisitos regulatórios estabelecidos pelos setores pretendidos, utiliza-se da metodologia PDCA. Tal questão, devidamente ponderada, faz-nos compreender o crescimento constante do número de escritórios que buscam a certificação com o intuito de agregar valor aos serviços por eles oferecidos.


O empenho em analisar a execução dos pontos do programa supramencionado representa uma abertura para a melhoria dos conhecimentos estratégicos na busca pela excelência. Assim, levando-se em consideração a competitividade nas transações comerciais que invadiu abruptamente o setor jurídico, a solução encontra-se arraigada nos pilares do planejamento, onde o modelo PDCA se torna uma ferramenta indispensável através da qual o comprometimento da equipe fará a diferença, juntamente com as inovações legais que proporcionam às bancas o desafio de encontrar soluções únicas para as questões propostas.